Os agricultores do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) continuam acampados próximo à área a ser alagada para o início da obra da Hidrelétrica Barra Grande, entre Anita Garibaldi (SC) e Pinhal da Serra (RS). Desde quinta-feira, dia 21, nove barreiras impedem que os operários da Energética Barra Grande SA (Baesa) prossigam no serviço de desmatamento de 6 mil hectares de mata nativa e floresta de araucária entre os dois estados. Em uma das quatro barreiras mantidas em Santa Catarina – a da localidade de São Vicente de Paula, em Anita Garibaldi – estão concentrados 150 agricultores.

Eles reivindicam pendências relacionadas à obra e, acima de tudo, o reassentamento de cerca de 650 famílias que ainda não deixaram o local onde têm terras. Enquanto isso, as obras da Hidrelétrica Barra Grande seguem dentro do canteiro de obras. Cerca de 80% do empreendimento já está pronto. A decisão pelo bloqueio das obras ocorreu no início da semana passada, quando se tomou conhecimento de que há erros no relatório sobre o impacto ambiental na área. Na quarta, integrantes do MAB, Ibama, Baesa, Ministério Público Federal e Advocacia Geral da União se reúnem para chegar a um acordo. A Baesa se dispôs a negociar só depois que as obras retornarem por completas. O MAB declarou sair do local somente quando as reivindicações forem atendidas. (Diário da Manhã, 27/10)