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2004-10-27
O Brasil tem potencial para movimentar cerca de US$ 1 bilhão por ano com a negociação de créditos de carbono. O montante equivale a cerca de 30% do total de US$ 3 bilhões que este novo mercado deverá gerar, anualmente, em todo o mundo. O país é um dos maiores beneficiados com o negócio, uma vez que não tem obrigatoriedade de reduzir a emissão de gases poluentes. A previsão é de Craig Ebert, vice-presidente mundial da ICF Consulting. Há um ano e meio, no Brasil, a ICF, empresa de consultoria com sede nos Estados Unidos, foi responsável pelo primeiro projeto mundial para obtenção de crédito de carbono: o recém-concluído da empresa brasileira Vega, pertencente ao grupo belga Suez. Ebert acredita que este é o melhor momento para as empresas investirem no mercado. — O primeiro período do Protocolo de Kyoto será de 2005 a 2007, quando as companhias começarão a se ajustar às regras do acordo. A partir de 2008, o preço por tonelada poderá variar entre US$ 20 e US$ 30. Hoje, é da ordem de US$ 10 por tonelada, afirma. Segundo ele, no próximo ano, também começará a valer a decisão da União Européia que estipula uma multa de 40 euros por tonelada de carbono que exceda ao limite de emissão fixado para cada um dos países membros. Conhecido por ter liderado projetos de análise estratégica de gases de efeito estufa em empresas de mais de 50 países nos últimos 15 anos, Craig informa que o trabalho da ICF é prestar consultoria às empresas para a realização de inventários de emissão de gases e preparação destes projetos para serem elegíveis de créditos no mercado internacional. Muitas empresas já realizaram projetos que levaram à redução de emissão e ainda não sabem que podem transformar isto em crédito. A ICF faz uma pré-avaliação e, se julgar que vale o investimento, prepara o projeto. Hoje, as bolsas de Londres e Chicago já negociam créditos de carbono no mercado futuro. De acordo com a gerente de projetos da ICF, Christianne Maroun, a empresa não precisa ser de grande porte para entrar no mercado. O importante é que o projeto seja inovador e apresente um diferencial da sua atividade-fim. — Por isso, é tão importante fazer um gerenciamento estratégico de carbono, porque o empresário pode implantar um projeto caro, mas que não apresentará retorno neste mercado, disse. O tempo necessário para passar por todo o processo de obtenção de créditos de carbono para projetos de redução de emissão de gases poluentes pode variar entre seis meses e um ano.

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