A Câmara participa, nesta semana, da entrega do relatório O Estado Real das Águas no Brasil à Conferência da Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad). No evento, que será realizado de 27 a 29 de outubro, em Genebra, na Suíça, a Câmara estará representada pela deputada Selma Schons (PT-PR), coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa da Aqüicultura e Pesca do Congresso.
Entre os brasileiros que participarão do ato, além da deputada, haverá representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e da Defensoria da Água, entidades responsáveis pela elaboração do relatório, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Panorama brasileiro
O documento apresenta uma radiografia da contaminação das águas no Brasil, aponta as grandes empresas poluidoras e avalia o desempenho sócio-ambiental das indústrias dos setores de petróleo, papel, celulose e siderurgia, grandes usuários de recursos naturais. — Consta (no relatório) que há mais de 20 mil áreas contaminadas no País. Isso é muito sério, diz Selma Schons, lembrando que essa contaminação tem impacto na saúde da população que mora próxima a essas áreas. Schons, que também é autora de um projeto de lei que transforma os agentes comunitários de saúde em agentes sociais de saúde e meio ambiente, avalia que os consumidores, empresas, entidades governamentais e mesmo os organismos internacionais devem monitorar o desempenho da economia não somente com base em índices econômico-financeiros, mas também ambientais.

Principais poluidores
Os principais agentes poluidores da água são os agrotóxicos, o lixo e esgotos lançados sem tratamento nos rios e lagos. Mas essas não são as únicas causas. A destruição das matas ciliares também é responsável pela poluição das águas, pois provoca o assoreamento dos rios. De acordo com a Ong WWF - Fundo Mundial para a Natureza, o Brasil tem 17% de toda a água doce disponível no planeta. É o país mais rico do mundo em recursos hídricos.