Oito empresas francesas ameaçadas pelo bioterrorismo
2004-10-22
O AZF3, um misterioso grupo terrorista de aparente origem francesa, ameaçou oito multinacionais na França com o envenenamento de seus produtos agroalimentícios e cosméticos, caso não paguem a essa organização um milhão de euros, cada uma. Segundo a Polícia, aparentemente não há vínculos entre o AZF3 e os terroristas do AZF, que, em março passado, ameaçaram fazerem saltar as vias férreas francesas se não recebessem US$ 4 milhões. A extorsão às empresas de alimentos e cosméticos teve início em julho deste ano, mobilizando mais de 350 policiais da área investigativa. Em uma operação conjunta dos investigadores, as empresas estorquidas e a imprensa francesa mantiveram segredo até agora, quando foi divulgado o caso pelo diário Le Parisien, ontem (21/10). No entanto, o jornal não divulgou os nomes das multinacionais afetadas para não gerar paranóia. Sabe-se, apenas, que as vítimas de extorsão são um grupo francês líder no mercado de café e outro de chocolates; uma marca conhecida por seus produtos cosméticos no mundo todo; uma empresa de bebidas gasosas; um dos líderes internacionais do mercado de lácteos; uma empresa de chocolates de renome; uma produtora de queijos; e um dos grupos mundiais de produtos de beleza. Muitos clientes deixaram de comprar de boutiques de cosméticos, temendo efeitos maléficos pelo consumo de produtos. O caso afetou as vendas dos supermercados franceses Monoprix y Auchan. Os criminosos estabeleceram diálogos com as empresas extorquidas mediante pequenos anúncios no jornal Le Figaro. Este tipo de chantagem iniciou-se no Japão, na década de 80, quando o grupo Glico foi ameaçado com o envenenamento de seus produtos. Não está claro se o objetivo da extorsão é o dinheiro ou gerar o caos nas empresas. (Clarín 22/10)