Quercus e LPN criticam plano português de emissões
2004-10-21
Ambientalistas da Quercus e da Liga para a Proteção da Natureza (LPN) criticaram ontem (20/10) o Plano Nacional de Alocação de Emissões (Pnale) aprovado pela Comissão Européia, alegando que ele compromete o cumprimento das metas do Protocolo de Kyoto. O Pnale permite às indústrias portuguesas a emissão 38,16 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano (ou 116,7 milhões entre 2005 e 2007), próximos dos 38,9 milhões de toneladas anuais propostos pelo governo português. –A comissão está permitindo que as indústrias portuguesas continuem a aumentar as suas emissões. A correção que fez foi muito pequena, afirmou Francisco Ferreira, da Quercus. Ele acusou a Comissão Européia de, apesar da correção, não respeitar o espírito da legislação européia para marcar limites de emissões de acordo com as necessidades de cada país para cumprir o Protocolo de Kyoto. O Protocolo de Kyoto determina que, entre 2008 e 2012, Portugal só pode ter mais 27% do que as emissões registadas em 1990. Se em 2002 os valores de emissões de Portugal já ultrapassavam em 13,5%, esse limite, ainda vai ser mais difícil cumprir as metas de Kyoto, explicou. A Liga para a Proteção da Natureza (LPN) também considerou que o Pnale português ficou aquém das expectativas e comprometeu o cumprimento das metas de emissões estabelecidas no Protocolo de Kyoto. –O Pnale é um dos mais importantes instrumentos para reduzir as emissões. Se os valores são tão permissivos, é enganador pensarmos que vamos cumprir as metas de Kyoto, afirmou José Alho, da LPN. O Sistema Europeu de Comércio de Emissões deve se iniciar em 1º de janeiro de 2005. (Ecosfera 20/10)