Rede falha em proteger Mata Atlântica e Cerrado
2004-10-20
As unidades de conservação que cobrem atualmente a mata atlântica e o Cerrado são insuficientes para proteger a biodiversidade desses dois biomas, os mais ameaçados do Brasil. A constatação foi feita por dois biólogos ligados à ONG Conservação Internacional, que apresentam seus trabalhos desde ontem (19/10) no 4º Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação, que acontece em Curitiba (PR). — Criar unidades de conservação sem saber a distribuição das espécies ameaçadas pode ser um esforço inútil, já que alguns animais ficam sem proteção, diz Adriano Paglia. Ele comparou um mapa de 194 áreas protegidas pelos governos federal e estaduais na mata atlântica com a distribuição geográfica de 104 espécies ameaçadas de extinção, retiradas da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza. Ao sobrepor os dados, Paglia descobriu que 54% desses animais não vivem em nenhuma unidade de conservação, enquanto 33% estão parcialmente protegidos. Apenas 13% das espécies estão em terras protegidas, resguardadas -ao menos em teoria- de caça e perda do habitat. (FSP, 19/10)