Mercado chinês ameaça animais de extinção
2004-10-19
A China é um dos principais países abastecedores e consumidores do mundo das espécies ameaçadas, apesar de o governo ter lançado uma campanha para frear esta tendência. Para os especialistas, a única saída está na educação. — Eu não havia visto uma campanha tão rigorosa nesta área desde a realizada na metade dos anos 80, aplicada à proteção dos ursos panda, mas a chave, aqui, está em legislar e educar para reduzir a demanda por animais, assegurou Craig Kirkpatrick, diretor da rede ecologista Traffic para o Leste da China. Segundo ele, a publicidade é uma das melhores armas para conscientizar a sociedade do perigo de um mercado que movimenta, todos os anos, no mundo, cerca de US$ 160 milhões. Como exemplo, Kirkpatrick recorreu a uma campanha imaginária na qual recém-casados chineses posam sorridentes diante de uma massa ensangüentada de tubarões abatidos. O consumo de partes deste animal é reservado para ocasiões especiais, como bodas, nos países asiáticos. Mas é também um dos melhores exemplos de voracidade dos chineses, tendo em vista que este mercado vem se convertendo no mais agressivo em termos de abertura ao consumo. O responsável pela Traffic, principal rede internacional de controle de comércio ilegal de espécies ameaçadas, participou de atividades de relfexão, em Pequim, sobre a situação específica daquele país com relação à Convenção Internacional sobre o Comércio de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestre (CITES). Além do tubarão, outros problemas de espécies ameaçadas na China são os das tartarugas e de certas plantas usadas com finalidades medicinais. (El Mundo 17/10)