Celulares velhos são ameaça mundial, dizem especialistas
2004-10-18
Governantes de todo o mundo vão realizar encontro, nesta semana, para combater a crise de descarte dos telefones celulares. Os aparelhos de telefonia móvel celular contêm substâncias químicas perigosas que podem afetar o meio ambiente natural e a saúde humana. A situação de descarte é séria nos países em desenvolvimento. O encontro contará com 160 governantes que vão se encontrar em Genebra para discutirem a Convenção de Basiléia das Nações Unidas, tratado relativo à destinação de resíduos tóxicos. Os usuários de celular costumam comprar um novo aparelho a cada 18 meses, em média. Como resultado, cerca de 105 milhões de aparelhos velhos ou usados são descartados a cada ano na Europa, uma quantidade suficiente para cobrir uma extensão territorial que via de Londres a Perth, na Austrália. Nos Estados Unidos, o descarte chega a 130 milhões de aparelhos por ano. Testes realizados por agências de proteção ambiental da Califórnia mostram que eles devem ser classificados como resíduos perigosos. O cádmio existente numa única bateria de um velho telefone celular pode seriamente contaminar 600 mil litros de água, o suficiente para encher uma piscina olímpica. O cádmio foi eliminado nas novas baterias, mas ainda assim elas contêm outros materiais contaminantes, como chumbo, que afeta o sistema nervoso, endócrino e imunológico, e materiais retardantes de chama, à base de brometos, presentes nos plásticos dos aparelhos, que estão associados ao risco de câncer. Outro problema dos celulares é o berílio, que causa danos aos pulmões e é desprendido quando da incineração dos celulares. Países como Colômbia, Nigéria, Brasil, Botswana, Uganda, Namíbia e Quênia estão em situação de alarme quanto ao descarte de telefones celulares, item que não estava previsto especificamente na Convenção de Basiléia. (The Independent 17/10)