A taxa na qual os gases que causam o aquecimento global estão se acumulando na atmosfera aumentaram de forma surpreendente, levando ao temor de que os efeitos do efeito estufa podem atingir o mundo antes mesmo que o previsível. Os níveis atmosféricos de dióxido de carbono (CO2), o principal gás estufa, apresentaram uma súbita elevação, a qual não pode ser explicada apenas em termos de qualquer correspondente alta das emissões terrestres de estações de energia, fábricas ou veículos automotores. Alguns cientistas acreditam que o aquecimento global está ocorrendo cada vez mais rápido, o que pode levar a fenômenos repentinos como secas, perda de colheitas, aumento do nível do mar, turbulência climática e enchentes em cada vez menores escalas de previsão. Mas os governos nem sempre acompanham estes alertas. Apenas no mês passado, o primeiro-ministro Tony Blair, por exemplo, expressou ansiedade pelos efeitos do aquecimento global, reconhecendo que eles poderão chegar cada vez mais cedo para as novas gerações, alterando radicalmente as condições de existência humana. O fenômeno do feedback, ou seja, do reforço da mudança climática sobre si mesma, foi recentemente previsto por modelos de supercomputador. O aspecto chave é o rebatimento do aquecimento global sobre ele mesmo. Medições da quantidade de CO2 existentes no ar em regiões vulcânicas do Havaí, onde não há influência direta de emissões veiculares nem de plantas de produção, davam conta da existência de 315 partes por milhão (ppm) em 1958, valor que hoje é de 376 ppm. Os cientistas acreditam que isto se deva ao fato não apenas do aumento das emissões, mas da capacidade de a Terra reter o gás carbônico muito mais do que se pensava. (The Independent 13/10)