Aquecimento global está se tornando oportunidade de negócio
2004-10-13
Com o recente assento oficial da Rússia entre os países que ratificaram o Protocolo de Kyoto, que estabelece metas de redução dos gases de efeito estufa, a indústria norte-americana parte para uma espécie de auto-regulação, tendo em vista que os Estados Unidos não ratificaram o acordo. Ao que parece, a indústria norte-americana não teme mais Kyoto, apesar da irredutibilidade do governo. De fato, há pessoas inclusive ganhando dinheiro com a questão da redução dos gases estufa. Adotado por cerca de cem países em 1997, sob o comando de grupos ambientalistas internacionais, o Protocolo de Kyoto demanda reduções nas emissões de dióxido de carbono e outros gases que escapam da atmosfera terrestre. O Senado norte-americano o rejeitou por 95 a zero votos. Mas com a ratidicação pela Rússia, muita coisa mudou. Companhias norte-americanas estão, mais do que nunca, sendo forçadas a pensar na forma como utilizam sua energia. E estão reconhecendo que devem fazer algo para conservar a atmosfera sem causar prejuízos, e não apenas em razão da lei, mas por questões econômicas mesmo. A DuPont, por exemplo, cortou suas emissões de dióxido de carbono de suas plantas, nos Estados Unidos, em aproximadamente 67% desde que o Protocolo de Kyoto foi iniciado. O resultado foi o melhor posicionamento da companhia no mercado. Mas quem mais se beneficia são as empresas de geração de energia. A American Electric Power, por exemplo, planeja construir uma usina de US$ 1,6 bilhão que utilizará um processo chamado gaseificação de carvão. A unidade vai converter carvão em gás sintético antes de queimá-lo, o que implicará uma significativa redução de dióxido de carbono. Outra empresa que está neste caminho é a General Electric (GE). A companhia adquiriu recentemente uma subsidiária da ChevronTexaco Corp. que produz gás sintético por infusão de oxigênio no metano encontrado no carvão. É importante que as iniciativas venham das usinas que queimam carvão, pois elas geram 52% da eletricidade usada pelos norte-americanos. (Los Angeles Times 12/10)