Mexilhão dourado chega ao pantanal
2004-10-08
Um marisco que na forma adulta atinge apenas 4 centímetros tem preocupado os órgãos gestores da política ambiental no Brasil. Em Mato Grosso, a situação não é diferente. Originário dos rios asiáticos, em especial da China, o mexilhão dourado (Limnoperna fortunei) foi introduzido no rio da Prata, na Argentina, em 1994, avançou pelos rios Paraná e Paraguai e já chegou ao Pantanal. —O mexilhão dourado já chegou ao Parque Nacional do Pantanal e à lagoa Gaíva (em Cáceres)—, disse ontem a bióloga Cláudia Callil, professora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). No Estado, conforme Cláudia, os problemas iminentes são ambientais, uma vez que o mexilhão, considerado uma espécie invasora na América do Sul, provoca a eliminação de espécies nativas e mudança na estrutura das comunidades por ocupação dos seus habitats naturais.
Corbicula também preocupa
Dois tipos de corbicula, espécie de bivalve também considerada invasora por ser encontrada intensa e repentinamente em área fora de sua ocorrência, também foram identificados em Mato Grosso. —A Passagem da Conceição (em Várzea Grande) já está formada por conchas de corbicula—, disse ontem a bióloga Cláudia Callil, durante palestra no auditório da Fema. De acordo com Cláudia, a corbicula também causa problemas ambientais e econômicos relativamente sérios. Assim como o mexilhão dourado, a corbicula se prolifera em detrimento das espécies nativas e pode provocar a obstrução de sistema de abastecimento de água e nas turbinas das usinas hidrelétricas. As espécies encontradas no Estado são: fluminea e largilierti. Em 1992, quando foram identificadas, a densidade da corbicula era de 192 indivíduos por metro quadrado. Porém, conforme a bióloga, é preciso rever essa densidade. (Diário de Cuiabá on line, 07/10)