Segue indefinido se Porto Alegre será Cidade Amiga da Amazônia
2004-10-08
Porto Alegre ainda não definiu se poderá tornar-se mais uma Cidade Amiga da Amazônia. Durante a campanha eleitoral, o Greenpeace abordou os candidatos a prefeito de todos os partidos questionando-os sobre a proteção da Amazônia. O programa Cidade Amiga da Amazônia, criado pelo Greenpeace, incentiva prefeituras brasileiras a adotarem legislações municipais que proíbam a compra de madeira amazônica de origem criminosa.
Pont ainda nao respondeu
A campanha do Greenpeace obteve bons resultados nas outras capitais abordadas. Em Belo Horizonte (MG), o prefeito eleito em primeiro turno comprometeu-se com a proposta do Greenpeace. Em Curitiba (PR), os dois candidatos que disputam o segundo turno já responderam positivamente. Em Salvador (BA) e outras cidades como Santos (SP), o Greenpeace ainda aguarda posicionamento dos políticos que disputam o segundo turno eleitoral. Em Porto Alegre o Greenpeace aguarda a posição do candidato Raul Jorge Pont (PT). O candidato José Alberto Fogaça (PPS) já enviou resposta positiva ao Greenpeace.
Programa em andamento
No total, foram abordados 125 candidatos de 26 municípios. — Cerca de 20% dos candidatos a prefeito responderam nossa pergunta, todos eles de maneira positiva, informou a assessoria da ONG. O programa Cidade Amiga da Amazônia já está em andamento nos municípios paulistas de Piracicaba, Sorocaba, São José dos Campos, Botucatu, Campinas e São Carlos. Ao assinar um termo de compromisso público, estas cidades assumiram a tarefa de incluir critérios para as licitações públicas que envolvam madeira amazônica. Entre os critérios, estão a proibição do consumo de mogno, uma espécie ameaçada de extinção, a exigência de provas da origem legal e sustentável da madeira, incentivo ao uso de madeira certificada pelo FSC e a redução do desperdício de madeira nas construções civis. A indústria madeireira é uma das principais forças de destruição da Amazônia, maior floresta tropical do planeta. Entre 2001 e 2003, mais de 5 milhões de hectares de floresta foram perdidos, o equivalente a 9 campos de futebol desmatados por minuto. Cerca de 85% da madeira produzida na região amazônica é consumida no Brasil – a maior parte da matéria-prima é oriunda de desmatamentos irregulares ou da extração ilegal. O Estado de São Paulo consome 20% deste total. — Passado o período eleitoral, vamos dar seqüência ao trabalho junto a todos os prefeitos eleitos para incluir suas cidades na luta por um futuro sustentável para a Amazônia, conclui Gustavo Vieira.