Ozônio será melhor estudado em São Paulo
2004-10-08
O ozônio, formado pela quebra de moléculas de hidrocarboneto dos escapes de veículos, sob a incidência de luz solar e na presença de óxidos de nitrogênio, é considerado uma substância perigosa quando localizada na baixa atmosfera. Representa riscos à saúde humana, agravando problemas respiratórios e causando, por exemplo, irritação nos olhos, dor de cabeça, envelhecimento precoce da pele, náusea, tosse, fadiga, aumento do muco, diminuição da resistência orgânica às infecções e agravamento de doenças respiratórias. Além disso, o gás tem forte ação corrosiva e reduz a vida útil dos materiais. Para melhor informar a população sobre a presença de ozônio na atmosfera, o Setor de Telemetria da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), em São Paulo, está divulgando os dados sobre a qualidade do ar gerados por um laboratório móvel instalado no Parque Estadual Alberto Loefgren, antigo Horto Florestal, situado na Zona Norte da cidade de São Paulo. A Estação Horto analisa a concentração de ozônio (O3) e óxidos de nitrogênio (NOx), que são os poluentes precursores do ozônio, além de parâmetros meteorológicos como temperatura, umidade, radiação, direção e velocidade dos ventos. A instalação dessa estação faz parte do projeto Desenvolvimento de Tecnologia Para Previsão de Ozônio na Baixa Atmosfera que a CETESB está desenvolvendo em conjunto com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo(USP), com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O projeto tem por objetivo desenvolver tecnologia para a previsão de teores de ozônio na atmosfera, que poderá ser utilizada tanto em serviços de previsão de níveis de poluição do ar quanto na identificação dos principais agentes causadores. Será desenvolvida pelo pessoal da USP uma tecnologia baseada em redes neurais (modelos computacionais que guardam analogias com processos cerebrais humanos). Assim, espera-se prever a ocorrência de ozônio com a antecedência de 24 horas. A coleta de dados se estenderá até junho de 2005, época em que as condições meteorológicas deixam de ser propícias para a formação desse poluente.