Impacto ambiental do Rodoanel é debatido
2004-10-07
De um lado, o governo do Estado de São Paulo. De outro, os ambientalistas e o Ministério Público Federal. Estão longe de consenso as obras do Rodoanel Mário Covas. Durante o debate promovido pela Comissão de Meio Ambiente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo, na segunda-feira, o secretário-adjunto dos Transportes do Estado, Paulo Trombone de Souza Nascimento afirmou que a construção do Rodoanel faz parte do Plano Diretor de Desenvolvimento dos Transportes e teve início no governo Franco Montoro (1983-1988). Segundo ele, o objetivo do Rodoanel é desafogar o tráfego do transporte de carga de longa distância dentro da cidade. Souza Nascimento disse que a avaliação feita pelo Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente) mostra que a obra não causará danos ambientais.
Já a procuradora da República Ana Cristina Bandeira Lins discorda e disse que a obra irá causar danos à flora e à fauna, contaminar o ar e a água, afetar as populações que moram no entorno de onde será construído o Rodoanel e provocar impacto no patrimônio arqueológico existente. Segundo Bandeira Lins, é preciso ter cautela, e o Estado precisa apontar saídas para todas essas questões. Para ela, as propostas apresentadas pelo governo, até o momento, não são satisfatórias. O debate de anteontem fez parte do seminário —A cidade como bem de uso comum de todos. O evento acontece sempre às segundas-feiras, na sede da OAB-SP (praça da Sé, 385, centro). (Folha de São Paulo, 06/10)