EUA: acordos internos podem substituir Kyoto?
2004-10-07
A política ambiental norte-americana, mesmo no plano interno, não anda muito bem vista, em razão do relaxamento do governo quanto ao controle de emissões dos grandes poluidores. A oposição ao governo George W. Bush vem aproveitando esta brecha para faturar intenções de votos nas eleições que se aproximam. Volta e meia são, no entanto, anunciados acordos internos para a redução de poluentes que vão para o ar, apesar de o Protocolo de Kyoto, acordo internacional que visa à redução das emissões de gases de efeito estufa, ter sido definitivamente rechaçado. Há poucos dias, no entanto, o governo norte-americano anunciou um acordo interno que tem por objetivo a redução da poluição do ar na área compreendida entre Maryland e Virginia. Trata-se de um dos maiores acordos, este feito com a Mirant Mid-Atlantic (Mirant), que deverá eliminar quase 29 mil toneladas de óxidos de nitrogênio (NOx), poluição gerada anualmente a partir da planta de energia a carvão da Mirant em Maryland e Virginia. O acordo havia sido oficialmente anunciado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos e pela Agência Ambiental (EPA), no último dia 27, depois que foi detectada a violação dos limites de emissão de NOx permitidos pela planta da empresa em Virginia (a planta Rio Potomac). Mas a Mirant também vai ter que pagar multa por ter violado a lei. Serão US$ 500 mil em penalidades civis e US$ 250 para a área de bem-estar social. Além disto, a empresa vai ter que aplicar US$ 1 milhão para o financiamento de nove projetos voltados à redução das emissões de materiais particulados e poeiras fugitivas da sua planta em Potomac.