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2004-10-04
O Protocolo de Kyoto, que a Rússia se comprometeu a ratificar na quinta-feira (30/09), é considerado o mais promissor dos cerca de 200 acordos sobre o meio ambiente das Nações Unidas. Mas sua eficácia continua sendo limitada após sua rejeição pelos Estados Unidos, primeiro poluente em escala mundial. A luz verde russa era indispensável, depois da recusa dos Estados Unidos, em março de 2001, já que as regras de ratificação privilegiam os grandes poluentes. Kyoto pede aos países industrializados que reduzam suas emissões de seis gases causadores do efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2), que provocam o aquecimento da atmosfera. Estes gases são emitidos maciçamente por todas as atividades humanas nas quais se usam combustíveis fósseis - como o carvão, o petróleo e o gás - e suas emissões aumentam inevitavelmente com o crescimento econômico, mesmo quando se faz o que é possível para reduzir esta relação.

Mudança de vida
Sua redução implica não só mudanças na indústria, mas também nos meios de transporte e na vida de toda pessoa que recorre ao combustível como calefação, usa carro ou viaja de avião. É uma mudança de cultura, que envolve economizar energia, usar energias renováveis e veículos ecológicos. A redução global exigida para 2010 de 38 países industrializados, de 5,2%, parece frágil. Mas a base de comparação é o ano de 1990 e, entretanto, alguns países como os Estados Unidos e o Canadá, já aumentaram suas emissões em 13%. Para os Estados Unidos, que rejeitaram Kyoto por considerá-lo muito restritivo, respeitar o protocolo teria significado uma redução efetiva de emissões de 35,7% em 2010, em relação a 1990, informou em dezembro o negociador norte-americano, Harlan Watson.

Limitações do pacto
Mas sem os Estados Unidos, que emite um quarto do CO2 do planeta, e sem os países em vias de desenvolvimento, que emitem 40% e não têm obrigações segundo o protocolo, Kyoto terá um alcance reduzido. De fato, só deveria provocar uma redução mundial de 3% dos gases causadores do efeito estufa em relação ao seu crescimento natural em 2010, segundo um especialista da AIE - Agência Internacional de Energia, Cedric Philibert. A ONU lembrou na quinta-feira (30/09), ao saudar o senso de Estado do presidente Vladimir Putin, que Kyoto é apenas um primeiro passo na luta contra as mudanças climáticas. É que o CO2 e outros gases já acumulados na atmosfera vão esquentar o planeta numa média de dois graus até 2010, segundo os cientistas da ONU. Isto aumentará o risco em freqüência e intensidade de ciclones, secas, inundações e outros cataclismos. Segundo a União Européia, grande impulsionador de Kyoto, as emissões mundiais de gases causadores de efeito estufa devem ser reduzidas em 50% antes de 2010. E por isso, as futuras negociações climáticas deverão incluir os países em vias de desenvolvimento, cujas emissões atingirão as das nações do Norte em 2025, segundo a AIE. (AFP, FSP 01/10)

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