O governo russo espera anunciar nesta quinta-feira (30/09) a ratificação do Protocolo de Kyoto. Até agora, Moscou estava apenas passando por cima do documento. O Protocolo de Kyoto visa ao corte das emissões dos gases de efeito estufa, gases cuja emissão excessiva muitos cientistas acreditam ser a causa do aquecimento global e da mudança climática. O presidente Vladimir Putin quer assinar o protocolo, mas há divisões quanto ao assunto dentro do próprio governo. O conselheiro econômico do Kremlin, Andrei Illarionov, já afirmou que a assinatura do tratado vai causar problemas econômicos para o país. Mas se a Rússia confirmar a ratificação do tratado, os ambientalistas passarão a ver com mais confiança o governo daquele país, segundo reportou a BBC, diretamente de Moscou. A lei de ratificação deve passar pelo parlamento sem obstrução e, teoricamente, o protocolo poderá entrar em vigor, como lei, no máximo, dentro de três meses imediatamente após sua ratificação. Desde que os maiores emissores de gases estufa do planeta, os Estados Unidos, negaram a ratificação de Kyoto, há três anos, o tratado passou a depender da confirmação da Rússia, que emite cerca de 16% a 17% dos gases de efeito estufa do mundo. Em maio deste ano, Putin já havia sinalizado sua vontade de ratificar o protocolo. Alguns ministros russos disseram, no início desta semana, que irão se preparar para a ratificação, embora alguns economistas do Kremlin questionem se a Rússia poderá mesmo reduzir as emissões de gases estufa sem prejudicar seu desempenho industrial e, em conseqüência, o crescimento do PIB. (BBC 30/09)