EMBRAPA FORTALECE PESQUISA COM DENDÊ
2001-08-23
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) vai fortalecer as pesquisas com dendê na Amazônia Ocidental para buscar alternativas à crise energética brasileira. Há quatro anos a instituição vem estudando a potencialidade dessa palmeira como fonte de combustível vegetal em substituição ao óleo diesel. Os bons resultados obtidos com o projeto piloto desenvolvido na usina de extração de óleo de dendê na Estação Experimental da Embrapa, no município de Rio Preto da Eva (a 80 quilômetros de Manaus em linha reta) estimulou o aprofundamento das pesquisas. O diretor executivo da Embrapa para a Amazônia Ocidental, José Roberto Rodrigues Peres - que esteve ontem em Manaus para a posse do novo chefe da unidade no Amazonas, Edson Barcelos - disse que o projeto ainda está na fase embrionária, mas a expectativa da Embrapa é transformar o dendê em ´petróleo vegetal´. O primeiro passo da Embrapa da Amazônia Ocidental para atingir esse objetivo foi reativar a usina de extração de óleo de dendê na Estação Experimental de Rio Preto da Eva, que está com sua reinauguração marcada para outubro. A próxima providência será impulsionar o plantio de dendê na Amazônia visando à produção em grande escala de óleo combustível vegetal. Hoje a usina está funcionando com apenas um quarto de sua capacidade. A produção de sementes de dendê na Estação Experimental da Embrapa é da ordem de 2 milhões de unidades/ano. Com o avanço do programa, a expectativa é alcançar a marca de 6 a 8 milhões/ano, suficientes para implantação de 30 a 40 mil hectares de dendezais/ano na região e aumentar a escala de produção. Entre as oleaginosas cultivadas, o dendezeiro é a planta que apresenta a maior produtividade de óleo por área, produzindo, em média, 10 vezes mais óleo do que a soja, ou seja de 4 a 5 toneladas de óleo por hectare/ano. Segundo o novo chefe da Embrapa da Amazônia Ocidental, Edson Barcelos, as áreas alteradas na região podem ser recoberta com a cultura do dendê, convertendo-se assim, em sistemas perenes, produtivos e altamente valorizados. Estima-se atualmente em 40 a 60 milhões de hectares, a área já desmatada na Amazônia brasileira que poderia ser aproveitada para a expansão da produção. (GM - AM)