O início das obras de transposição das águas do rio São Francisco, anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, repercutiu na Câmara. O anúncio foi ontem, durante entrevista coletiva concedida pelo presidente a emissoras de rádio.
Favorável à transposição, o deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE) considerou corajosa a decisão do Governo, já que a obra é polêmica. O projeto levará as águas do São Francisco a estados nordestinos que estão fora do curso do rio, como Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba. — Além disso, o São Francisco receberá águas do rio Tocantins, o que permitirá a sua revitalização e o atendimento ao resto do Nordeste, afirmou. Já o deputado Fernando de Fabinho (PFL-BA) é contrário ao início imediato das obras de transposição. Para ele, a prioridade é a revitalização do rio. — Precisamos de um fundo perene para começar o trabalho de revitalização, sem que fiquemos na dependência do orçamento ou de emendas parlamentares para obter os recursos, disse. — Após a revitalização, se poderia então pensar na possibilidade da transposição.

Integração nacional

Com 2,8 mil km de extensão, o São Franscisco - também chamado Velho Chico ou rio da integração nacional - nasce na Serra da Canastra (MG) e deságua no Oceano Atlântico, entre os estados de Sergipe e Alagoas. Na primeira etapa das obras de transposição de suas águas, segundo o presidente Lula, o Governo deverá investir cerca de R$ 2 bilhões