As inundações no Haiti provocadas pelo furacão Jeanne deixaram até o momento 1.013 mortos, 1.250 desaparecidos, 918 feridos e 250.000 desabrigados, assinalou a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah). — É um balanço provisório, já que há 1.200 desaparecidos. Tememos que o número de mortos seja ainda mais elevado, disse Toussaint Kongo-Doudou, porta-voz da Minustah. O balanço anterior informava 711 mortos, mas o primeiro-ministro haitiano, Gerard Latortue, advertiu que o número de óbitos em conseqüência das inundações poderia chegar a 1.700. Muitas das vítimas em Gonaives, a mais atingida pelo furacão, podem ter sido levadas ao mar ou impedidas de deixar suas casas inundadas. Agências humanitárias temem que um número maior de mortos fique evidente depois que as águas baixarem e revelarem cadáveres que agora estão submersos. O governo haitiano anunciou a criação de uma comissão para coordenar a distribuição da ajuda para os desabrigados, depois que muitos deles denunciaram que parte da assistência é confiscada por grupos armados. Segundo a imprensa local, a desordem está caracterizando a distribuição da ajuda humanitária em Gonaives, a cidade mais castigada pelas inundações. Nessa cidade do noroeste do Haiti, alguns moradores chegaram a ameaçar com armas de fogo para conseguir alimentos que, segundo as denúncias, são vendidos depois no mercado negro. O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, fez um apelo para que a comunidade internacional envie urgentemente ajuda para o Haiti. Já o primeiro-ministro haitiano, Gerard Latortue, alertou para a ameaça de graves epidemias de doenças. — Nós fizemos um apelo por ajuda. O Haiti não pode se recuperar de um desastre como este sozinho, disse Latortue. As agências de ajuda estão enterrando cadáveres em valas comuns para tentar reduzir o risco de disseminação de doenças. Sobreviventes transitam pela lama, que às vezes chega até a cintura, tentando salvar peças de sua mobília ou encontrar comida. (FSP, EFE 23/09)