Software que ajuda na conservação é criticado por seus criadores
2004-09-22
Uma recente decisão do governo da Austrália no sentido de banir a pesca em um terço de uma área da Grande Barreira de Recifes representou um importante reforço dado por um obscuro programa de computador que se tornou o cérebro de muitos planos conservacionistas. No mês passado, os inventores do programa levantaram questões sobre a inutilidade do programa na proteção do meio ambiente, sugerindoque simples regras que têm sido empregadas por ambientalistas há muito tempo são mais efetivas do que a elaboração de planos concebidos através de softwares. O programa, Marxan, foi desenvolvido em 1998 como tese de doutorado de um estudante australiano, Ian R. Ball, que trabalhou com o Dr. Hugh P. Possingham, um professor de matemática ecológica e diretor do Centro de Ecologia da Universidade de Queensland. O programa, um software livre, levanta dados sobre espécies e seus habitats a propósito de otimizar o melhor desenho para uma rede de reserva eficiente de recursos naturais, a fim de preservar a biodiversidade de uma determinada região. Desde que o software foi desenvolvido, grupos conservacionistas e biólogos acadêmicos o vêm utilizando de várias maneiras para a criação de planos mestres a fim de proteger espécies ameaçadas. Contudo, num artigo publicado na Ecology Letters e num encontro da Sociedade de Biologia para a Conservação, da Universidade de Colúmbia, nos Estados Unidos, o Dr. Possingham advertiu que, depois de um recente estudo que fez, concluiu que é melhor seguir regras mais simples, já empregadas por conservacionistas, do que usar um plano baseado em complexas regras de software. (NY Times, 22/9)