Depois de 30 anos de espera, o asfalto vai chegar aos 756 quilômetros de terra (quase sempre lama) da BR-163, também conhecida como Cuiabá-Santarém. O projeto total de 1.765 quilômetros vai se transformar no maiôs escoamento de soja do Centro-Oeste brasileiro para o mercado internacional. O relatório de impacto ambiental favorável foi concluído pelo Ibama em julho. O encerramento das consultas públicas em seis cidades de Mato Grosso e do Pará cumpre as últimas exigências para que o órgão conceda o caráter técnico para a realização da obra, que deverá começar em maio do ano que vem.

Desastre ambiental iminente

A estrada corta uma região de 974.000 quilômetros quadrados de floresta bem preservada. O asfaltamento poderá trazer o típico padrão amazônico de desenvolvimento predatório, com retirada ilegal de madeira, substituição de floresta por pastos, expulsão de moradores locais e crescimento da prostituição. A ONG Amigos da Terra alerta que grilheiros estão correndo para a região, desmatando e assassinando. Segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, já vem sendo tomadas medidas como a instalação de bases operacionais do Ibama m áreas mais criticas e a regularização fundiária promovida pelo Incra. (Época, 20/09, 49)