Candidatos a prefeito de Porto Alegre divergem a respeito do meio ambiente
2004-09-21
Os candidatos à Prefeitura de Porto Alegre têm propostas diferentes para resolver questões prioritárias na preservação do meio ambiente, como qualidade do ar, lixo, degradação de áreas verdes e aperfeiçoamento da rede de esgotos, esta, uma preocupação comum entre os concorrentes. Na área de saneamento, um dos pontos mais polêmicos é o Programa Integrado Sócio-Ambiental, que prevê financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em negociação.
Raul Pont, do PT, disse que o os recursos estão sendo negociados pelo prefeito João Verle. Garantiu que, caso saia vitorioso da disputa pela sucessão, dará prioridade à conclusão do projeto. Salientou que a obra tem custo estimado em duas vezes e meia o orçamento necessário para a construção da 3ª Perimetral, mas não especificou o valor. Previu que, se o financiamento for aprovado, a execução levará entre quatro e cinco anos.
Onyx Lorenzoni, do PFL, tem posição radicalmente contra o projeto. Criticou o alto custo da obra, segundo ele de 300 milhões de dólares, e condenou a canalização do esgoto cloacal na bacia da Ponta Grossa. Considera a idéia danosa à população local e ao patrimônio ambiental do município. - Um absurdo desses só pode ser bom para o PT fazer negócio - atacou. Para Onyx, a relação da prefeitura com empresas concessionárias é uma das caixas-pretas da administração.
Vieira da Cunha, do PDT, reclamou das administrações do PT dizendo que há 15 anos cobram taxa de tratamento de esgoto, arrecadam cerca de R$ 30 milhões por ano e tratam pouco mais de 10% do esgoto cloacal. — Isso comprova a incompetência e a má gestão do partido, disparou.
José Fogaça, do PPS, destacou os altos índices de poluição sonora e atmosférica registrados no Centro. Afirmou que o projeto socioambiental precisa de modificação. Propôs a criação de pequenos pontos de estabilização de esgoto, distribuídos por diversos bairros, em vez da concentração do escoamento para uma grande estação.
Jair Soares, do PP, acusou falta de informações da prefeitura sobre o setor. Indicou o tratamento do esgoto e o recolhimento do lixo como prioridades. O candidato garantiu que dará andamento ao programa da gestão atual. Anunciou a construção de nova estação de captação de água.
Para Mendes Ribeiro Filho, do PMDB, a preservação do meio ambiente é questão de cultura. Afirmou que irá investir na capacitação de professores e incluirá a educação ambiental no currículo da rede de ensino municipal. Ressaltou que buscará um sistema eficiente de coleta seletiva de lixo e construirá novas unidades de reciclagem.
Beto Albuquerque quer aumentar o atual índice de esgoto tratado, de 27% para 78%, através de parceria com o governo federal e instituições internacionais. O candidato do PSB disse ainda que incentivará a instalação de indústrias de reciclagem em grande escala e criará programa permanente de educação ambiental. Planeja intensificar a fiscalização da emissão de poluentes no Centro. (CP/2)