Gestão de resíduos será obrigatória para Construção Civil em BH
2004-09-21
A partir de 2005, as empresas do setor de Construção Civil de Belo Horizonte (MG), serão obrigadas a formular planos para gestão de seus resíduos. A exigência será necessária para renovação do Alvará de Funcionamento e também parte do Licenciamento Ambiental. Com isso, a prefeitura espera aumentar a reciclagem de entulhos do setor. A capital mineira gera quatro mil toneladas por dia de lixo. Desse total, metade é originada pelo setor. E apenas 500 toneladas são trituradas e reaproveitadas como base para asfaltamento, no lugar de areia e brita. Uma conta rápida revela a necessidade da ampliação dessa reciclagem: 1500 toneladas por dia sendo encaminhadas para o único aterro da cidade, que, apesar dos seus um milhão de metros quadrados, tem vida útil por somente mais três anos.
Casas populares
Sinara Meireles Chenna, assessora técnica da prefeitura e engenheira sanitarista, avisa: — Estamos providenciando um local para um novo aterro. Outro destino do entulho triturado tem sido a confecção de eco-blocos, usados para construir casas populares, ainda que, em Belo Horizonte, não haja nenhuma para ser mostrada. Desde 1998, apenas testes foram feitos. — Mas são só paredes, nada ainda completo, admite Sinara. Para ajudar as empresas a elaborarem seus planos de gestão de resíduos, a prefeitura está elaborando, já em fase final, um conjunto de diretrizes. — Nós orientamos e elas (as empresas) descobrem alternativas com seus similares e fornecedores, sugere.
Atividade Parca
Belo Horizonte não tem uma grande atividade industrial. Ela se concentra, como acontece em outros lugares, na região metropolitana, que, mesmo pequenas e médias, em grande número aumenta muito a geração de resíduos, alguns perigosos à saúde, como o amianto. Sinara lembra que, na capital mineira, é reduzido o número de empresas que o utilizam. E por ser uma cidade relativamente nova (fez cem anos em 1997), não há também excessivo descarte de material de demolição. — Portanto não é um problema considerável. Por enquanto, pelo menos, ressalva.
Coleta Seletiva
A prefeitura ainda promete para o ano que vem a introdução da coleta seletiva feita porta-a-porta. Hoje é realizada através de 500 pontos de entrega recebendo cerca de 400 toneladas mensais que são encaminhadas aos três únicos galpões de reciclagem que a capital mineira dispõe, mantidos por cooperativas de catadores. Pilhas e baterias têm, desde 1995, coleta diferenciada, embora não tenha tido efeito esperado porque não há, segundo a engenheira, como cobrar o recebimento do material dos fabricantes. — Apertamos a fiscalização nos pontos-de-venda, mas ainda não é a solução ideal, admite Sinara, que não é candidata a nada, mas faz outra promessa: ano que vem, o município vai vigiar os fabricantes para que eles recebam as pilhas velhas vindas dos revendedores. Sinara foi uma das palestrantes do I Congresso interamericano de Resíduos Industriais, encerrada sábado (18/09) em Porto Alegre.