Falta de lei atrasa setor de grãos, afirma especialista
2004-09-17
Se o plantio da safra de grãos - a partir do final do mês - for prejudicado por falta de legislação, será criado no país um vazio jurídico. A conclusão é do agrônomo da Embrapa, Edilson Paiva, no painel Avanços no melhoramento genético de milho e sorgo no Brasil, que abriu ontem o último dia das reuniões técnicas anuais do milho e do sorgo, na Fepagro, em Porto Alegre.
Na avaliação do pesquisador, a onda que se criou no país contra a modificação genética de grãos atrasou o acesso do setor primário brasileiro à tecnologia que mais cresce no mundo. —O Brasil saiu na frente de todos com a criação da CTNBio, no ano de 1995, até que vieram as ONGs com essa guerra da desinformação.— A não-adoção da transgenia no sistema produtivo, garante o agrônomo da Embrapa, vai afetar tanto produtores de menor poder aquisitivo quanto o meio ambiente.
Paiva enumera como vantagens da biotecnologia a maior sustentabilidade e biodiversidade e menor gasto de energia; controle de ervas daninhas e insetos; redução significativa de defensivos agrícolas e pesticidas na lavoura; menor nível de microtoxina no grão; flexibilidade de tempo de aplicação; conservação do solo e qualidade da água; maior lucro e menor risco ao produtor. Para melhorar o rendimento da lavoura de milho, destacou as tecnologias da Monsanto, de tolerância ao glifosato, e o milho Bt, da Pionner, que combate o inseto leptoptero. (CP/ 23)