Técnicos e catadores buscam alternativas para preservar pesca do caranguejo
2004-09-17
O caranguejo-uçá é um importante recurso pesqueiro na região Nordeste, que gera emprego e renda para milhares de famílias das zonas litorâneas. Embora seja um dos principais produtos da pesca nos estados do Piauí e do Maranhão, há indícios de sobrepesca (excesso) que podem levar ao fim da atividade.
Com o objetivo de buscar alternativas para a preservação da pesca de caranguejo, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Meio-Norte), está promovendo, até o dia 19, o 3º Fórum do caranguejo-uçá do Delta do Rio do Parnaíba e o 1º Simpósio sobre a sustentabilidade da pesca do caranguejo-uçá. Participam do encontro representantes do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Ibama, o Banco do Nordeste, a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, entre outros parceiros
Para ser aproveitado, o crustáceo deve ter, no mínimo, seis centímetros, mas o problema é que ele leva cinco anos para atingir esse tamanho. Com isso, os caranguejos que possuem gens de tamanho maior são os mais procurados e, com isso, estão, pouco a pouco, sendo extintos, o que gera perda aos catadores. Da região do Delta do Rio Parnaíba saem cerca de 21 milhões de caranguejos por ano. Há, porém, uma perda de 50% no processo de captura, transporte e armazenamento do produto.
Segundo coordenador geral do fórum, Jeferson Legat, a discussão é sobre o que pode ser feito para a sustentabilidade da pesca. Outro objetivo é traçar planejamento para cada comunidade de catadores. — Nesse fórum, a gente quer traçar planejamento para cada comunidade de catador da região do Delta do Rio Parnaíba. Além disso, acrescentar à discussão o período de defeso (proibição da pesca) e outros aspectos da biologia do caranguejo, disse.
Para o catador de caranguejo da região do Delta do Parnaíba Marco Antônio dos Santos Costa, há dificuldade na comercialização, na diminuição da produção e na valorização do trabalho. — A nossa produção sai daqui para outros lugares e o que pode ser feito em melhoria é que as pessoas procurem visualizar mais a gente, dar mais valor e respeitar um pouco mais a produção. (Agência Brasil, 16/09)