A poderosa Halliburton vem apresentando perdas, inclusive no Brasil
2004-09-17
Muitos norte-americanos parecem não perceber as perdas pelas quais está passando uma de suas mais poderosas empresas, a Halliburton Co, ligada ao mundo do petróleo. Avaliada em US$ 20 bilhões, esta poderosa companhia volta e meia está nos noticiários em função de seu papel de subsidiária nas operações de suprimento a tropas americanas no Iraque, onde vem tendo perdas.
Além disto, a Halliburton está às voltas com perdas de bilhões de dólares por processos trabalhistas referentes à contaminação e doenças causadas pelo uso de amianto em projetos de construção. Sem falar em complicados contratos de joint venture firmados com empresas da Nigéria, onde há freqüentes conflitos entre grupos locais e empresas de petróleo. Mas não é só isto. A Halliburton ainda está amargando pesados prejuízos pelo atraso de construção de uma plataforma de petróleo no Brasil, orçada em US$ 2,5 bilhões. Trata-se do projeto conhecido como Barracuda-Caratinga, que já gerou perdas de US$ 762 milhões, incluindo US$ 310 milhões somente em junho.
O projeto, anunciado em outubro de 1999 pelo executivo-chefe da empresa e agora vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, está dando prejuízos porque a empresa de serviços de energia da Halliburton, que hoje faz parte da companhia KBR, teve problemas para cumprir o cronograma. A KBR deveria construir duas embarcações para o transporte de petróleo de 32 poços. Com o atraso, Barracuda só será entregue em junho de 2005, e Caratinga, em novembro, 18 meses depois do previsto.