Essa é a hora de investir em energia solar, diz pesquisador
2004-09-16
O Brasil precisa aproveitar o momento e desenvolver tecnologias na área de energia solar. O alerta é do professor Adriano Moehlecke, doutor em energia solar pela Politécnica de Madri, na Espanha e pesquisador do Parque Tecnológico da PUCRS. — O país tem condições de acompanhar os avanços tecnológicos do setor, mas os investimentos têm de começar agora, diz. Ele lembra que a industria de equipamentos vinculados à geração de energia solar cresce 40% ao ano no mundo. —Se deixarmos passar os anos, não teremos condições de competir, completa.
Em maio deste ano foi firmado um convênio entre PUCRS, CEEE, Ministério de Ciência e Tecnologia e Governos Estadual e Municipal, para a instalação do Centro Brasileiro para o Desenvolvimento de Energia Solar Fotovoltaica, no campus da PUCRS. O centro é o primeiro do tipo no Brasil, e tem por objetivo desenvolver tecnologias para conversão da energia solar em elétrica. Moehlecke diz que a iniciativa foi importante, mas que o investimento não alcança as dimensões dos investimentos de países como Espanha, Alemanha e Japão, que trabalham para dominar o mercado dos módulos fotovoltaicos.
Segundo o pesquisador, os principais objetivos do convênio são a eletrificação rural (principalmente para comunidades remotas) e domiciliar. Algumas comunidades rurais isoladas na Amazônia utilizam geração de energia através de projetos com biomassa. Esses empreendimentos exigem uma central energética, tornando-se inviável para locais onde as pessoas morem distantes umas das outras. Esse é o alvo da geração fotovoltaica. —Neste caso, a energia solar é a melhor alternativa pois os equipamentos são instalados individualmente em cada casa, explica Moehlecke.
Atualmente, se alguém quiser instalar as placas para geração de energia solar em sua casa, terá de desembolsar R$ 15 mil. O equipamento, que gera 130 KW/h (média de consumo de uma família de classe média), é todo importado de países como a Alemanha. Maoehlecke afirma, porém, que com o incentivo a pesquisa nacional, esse custo pode cair para R$ 7 mil. —Em alguns anos o usuário recuperaria o investimento por economizar na conta de luz. E após isso, passaria a ter lucro, revela. No caso dos pequenos povoados, o preço é bem mais baixo, já que a capacidade de geração seria menor.