Incra e Ibama atuarão juntos na Amazônia
2004-09-14
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Ibama atuarão juntos na gestão florestal dos assentamentos agrários da Amazônia. O acordo de cooperação técnica entre as duas instituições foi assinado ontem (13/09), em Brasília, durante o Encontro Nacional dos Superintendentes do Incra e Delegados do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
A idéia é conciliar reforma agrária, meio ambiente e desenvolvimento econômico a partir do controle das queimadas e dos desmatamentos praticados pelos trabalhadores rurais assentados na região. A meta é criar um novo modelo de exploração que valorize a floresta como fonte de renda. — É importante mostrar que a floresta vale mais em pé do que abatida. E isso vale tanto para os grandes como para os pequenos assentamentos, ressalta o presidente do Ibama, Marcus Barros.
Para ele, o acordo firmado hoje entre o responsável pela concessão das áreas de assentamento e o responsável pela proteção dessas áreas marca o início da racionalização do aproveitamento dos recursos madereiros dentro das pequenas propriedades. Marcus Barros explicou que o nível de desmatamento provocado pela soma dos pequenos assentamentos é muito alto e que o não aproveitamento da área desmatada consolida a devastação na região.
Diretor executivo do Incra para a região Amazônica, Raimundo Lima explicou que o acordo de cooperação técnica permitirá um estudo mais aprofundado sobre o desmatamento em assentamentos, a elaboração de um inventário florestal nessas áreas e o aproveitamento da madeira que será derrubada. — É a primeira etapa de um grande programa que prevê o fim dos desmatamentos nos assentamentos em um futuro próximo, enfatizou. O primeiro passo é orientar os assentados para a importância de se manter as áreas de preservação permanente e permitir que os pequenos trabalhadores rurais, dentro das normas e com novas tecnologias, possam utilizar o potencial econômico da floresta através da prática do corte raso, que pode gerar até 30 metros cúbicos de madeira por hectare. Segundo Raimundo Lima, a próxima etapa será oferecer alternativas do manejo florestal e comprovar aos assentados que esta atividade é superior a qualquer atividade agropecuária na região e mantém o patrimônio ambiental preservado para gerações futuras. (Agência Brasil, 13/09)