Rondônia: a economia do estado consiste em explorar os recursos naturais
2004-09-14
Com um território rico em madeira e minérios, Rondônia foi palco do maior processo de colonização do Brasil, no final da década de 60. Com o objetivo de ocupar a fronteira oeste da Amazônia, o governo militar adotou o slogan Integrar para não entregar e atraiu migrantes atrás de trabalho e agricultores interessados nas terras baratas que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) oferecia.Quase tudo pertencia à União, com exceção de fazendas mais antigas cujos registros foram feitos no Mato Grosso e Amazonas. Em 1943, foi criado o território federal do Guaporé. A mudança do nome para Rondônia, homenagem ao marechal Cândido Rondon, só aconteceria 13 anos depois.
Com a transformação em Estado, em 1982, iniciou-se um processo de esvaziamento das instituições federais e as disputas pela terra recrudesceram. A extração de madeira e o garimpo transformaram-se nas principais atividades. Ao longo da BR 364, que cruza o Estado de Norte a Sul, as florestas derrubadas foram dando lugar aos pastos para a criação de gado. As queimadas espalham fumaça por centenas de quilômetros e fazem da capital, Porto Velho, uma cidade pálida nesta época de seca.
Hoje, a economia de Rondônia continua baseada no extrativismo, mas a pecuária e a agricultura comercial já mostram que existem alternativas. O rebanho bovino ultrapassa 11 milhões de cabeças e os índices de produtividade da soja já são maiores do que em Mato Grosso. A hidrovia do rio Madeira reduz os custos de frete. As poucas indústrias ainda estão ligadas à pecuária, como frigoríficos e curtumes, mas as perspectivas para o futuro são promissoras. O governo federal tem planos para construir duas grandes hidrelétricas no Madeira e estuda uma saída para o oceano Pacífico pela fronteira com a Bolívia. (Valor on line, 13/09)