Grilagem: quadrilhas buscam madeira e minério em fazendas da Amazônia
2004-09-14
Em maio deste ano, Maércio Sartor, paulista de Botucatu há trinta anos em Rondônia, foi surpreendido pela notícia de que duas de suas fazendas, São Domingos e Porto Rico, haviam sido invadidas por pessoas que se diziam sem-terra. A área ocupada tem ao todo 7 mil hectares onde são criadas 11 mil cabeças de gado. As invasões não seguiram os métodos de grupos como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Os invasores impedem o acesso às fazendas com ameaças e intimidações e não têm bandeiras. Armas são comuns no acampamento.
Os invasores trancam as porteiras com cadeado para controlar o acesso às fazendas. No início, havia uma barraca, hoje são mais de trinta. Quase não há mulheres ou crianças. Só homens e motocicletas. Os pastos foram incendiados, as cercas derrubadas e as casas dos funcionários praticamente destruídas. Nas reservas de floresta das duas propriedades as madeiras nobres estão sendo cortadas. Tudo está registrado em dezenas de boletins de ocorrência na delegacia de Vilhena. (Valor on line, 13/09)