Banana é promissora alternativa para geração de energia
2004-09-14
O biólogo Bill Clarke da Universidade de Queensland, na Austrália desenvolveu um protótipo de usina elétrica que usa bananas podres para geração de energia. A idéia surgiu quando o Conselho de Produtores de Banana da Austrália procurou o pesquisador em busca de uma alternativa para as sete mil toneladas do produto que todo os anos acabavam indo para o lixo - frutos que não amadureceram ou que passaram do ponto. Clarke teve sucesso ao usar as bananas para gerar eletricidade em laboratório, e está analisando se uma usina desse tipo é comercialmente viável. O engenheiro deixa as bananas entrarem em decomposição em barris lacrados e utiliza o gás metano, resultante do apodrecimento das frutas, para movimentar uma turbina. O processo é o mesmo que ocorre em lixões e aterros, a partir da decomposição da matéria orgânica presente no lixo.
Até fevereiro, o pesquisador pretende ter uma idéia clara sobre o aproveitamento da fruta para a geração de energia em maior escala. Segundo ele, 60 quilos de bananas são necessários para fazer funcionar um eletrodoméstico, como um aquecedor, durante 30 horas - ou seja, milhares de toneladas da fruta seriam necessárias mesmo para uma usina de pequeno porte.
A técnica, aliás, não é nenhuma novidade. No Brasil, mais especificamente aqui em Santos, um pesquisador já testa a alternativa há mais de quatro anos. A diferença entre o trabalho de Clarke e o do professor José Roberto Abbud Jorge, da Unisanta, está no apoio e nas verbas recebidas. Enquanto o biólogo australiano conta com verbas federais e do Conselho de Produtores de Banana, que somam mais de US$ 500 mil, o pioneiro trabalho do professor Abbud é feito com recursos próprios. Para se ter uma idéia da diferença, enquanto o protótipo australiano foi montado num moderno laboratório da Universidade de Queensland, o biodigestor brasileiro para geração de gás metano foi montado no telhado da casa do professor Abbud. (Tribuna Digital, 13/09)