Aproximadamente 270 famílias de pescadores de seis colônias de Mato Grosso acampam desde a noite da última quarta-feira na entrada da casa de máquinas da Usina Hidrelétrica de Manso, localizada no município de Chapada dos Guimarães. —Estamos reivindicando compromissos que deixaram de ser cumpridos por Furnas—, afirmou o presidente da Federação dos Pescadores do Estado de Mato Grosso, Lindemberg Gomes Lima. A usina de Manso é de responsabilidade da empresa estatal Furnas Centrais Elétricas. Quinta-feira pela manhã, a entrada de funcionários era impedida.

Lima afirma que muitos peixes morreram e desapareceram do rio Manso, principal afluente do Cuiabá. —Nossa reivindicação é o pagamento da indenização pelo tempo perdido de dois anos (2001 e 2002) que os pescadores ficaram sem pescar—, cobrou. Uma das causas para o desaparecimento dos peixes, conforme Lima, foi a fermentação da vegetação coberta pelo lago de Manso. —A vegetação deveria ter sido retirada antes do enchimento, o que não aconteceu. Isso fez com que os peixes diminuíssem, atingido os pescadores—, comentou. Conforme Lima, Furnas se comprometeu a pagar quatro salários mínimos durante os dois anos aos pescadores prejudicados. Na época, estudos mostraram que os impactos do lago atingiriam pescadores desde a jusante até a região de Estirão Cumprido, em Barão de Melgaço. (Diário de Cuiabá, 10/09)