Madeireiros, ambientalistas, técnicos, associações, comunidades, compradores, governantes, a população em geral, todos estão de acordo: um dos maiores entraves ao desenvolvimento da região é a questão fundiária. — É um caos, concorda Damião Pereira Dias, irmão de Manuel, encarregado nas operações na empresa Rio Capim, observando que o índice de exploração ilegal de madeira (47%) corresponde ao percentual de terras devolutas, sem titulação definitiva ou títulos de posse superpostas. De maneira geral, os madeireiros com manejo responsável não aceitam a pecha de vilões do desmatamento, embora admitam como procedimento comum nas últimas décadas a exaustão de imensas áreas até então intocadas de florestas, transformadas depois em pastagens, lavouras de arroz e de soja, sucessivamente, num ciclo de exploração mais freqüente ainda no cerrado. — Destruir a mata como, se dependemos dela para viver?, questiona Damião. (Globo Rural, agosto/ 28)