Três certificadoras florestais atuam no país
2004-09-10
Existem 14 certificadoras em operação no planeta, três das quais atuando no Brasil. — Os critérios e a metodologia variam, mas todas fiscalizam as atividades madeireiras segundo os padrões do FSC, explica Mário Kikushi, SCS – Scientific Certification Systems, organização de origem norte-americana com escritório em Piracicaba, SP. Recentemente, foi lançado no Brasil o Ceflor – Programa Nacional de Certificação Florestal, para concorrer com o FSC. Os madeireiros contam com o apoio técnico de instituições como o Museu Emílio Goeldi, o Inpa – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, e unidades da Embrapa na região.
A certificação é sempre voluntária. Os custos variam entre 15 e 100 mil reais, dependendo do tipo de auditoria. Na opinião de Kikuchu, a certificação já é imprescindível. — Está se tornando uma barreira não-tarifaria, avalia. De maneira geral, a área certificada é mapeada com auxílio de satélites, para definir a posição das estradas. Em seguida, faz-se o inventário da floresta, marcando a posição de igarapés, grotas, baixadas e árvores em condições de corte. Todas são identificadas. Cada empresa tem equipe especializada, gente como Lucivâncio de Oliveira, o Palito, e José Carlos Almeida, o Assombroso, capazes de reconhecer uma árvore pela folha, casca, cor, cheiro e cerne.
Cada árvore é marcada com uma sigla alfanumérica, identidade que permite a um comprador na Europa sabe de que país veio as tábuas (por exemplo) que adquiriu, o nome da empresa, a região de floresta, o lote manejado e a espécie derrubada. Parte das árvores são preservadas como sementeiras, ou matrizes. Outras, como remanescentes, as que serão aproveitadas daqui a 25 anos, período de recuperação dos talhões trabalhados. Espécies raras ou ameaçadas e as de fuste acima de dois (o fuste indica a retidão do caule) são preservadas. Manejo racional é investimento a longo prazo. (Globo Rural, agosto/ 27)