Manila não aprende lições da tragédia do lixo
2004-09-10
Quatro anos depois que uma montanha de lixo entrou em colapso em uma área aberta, deslizando e matando 205 pessoas, enterrando uma colônia de moradores ironicamente chamada de Lupang Pangako (Terra Prometida), milhares de pessoas ainda chamam esse local de lar. A maioria das pessoas que lá residem é de desempregados que, em 2000, assistiram a um dos piores desastres de suas vidas, mas que não têm opção para morar em outro local. Ali, eles se acotovelam em busca de qualquer coisa que seja reciclável. No total, são aproximadamente 4,3 mil catadores de lixo vivendo próximo a seis montanhas de lixo aberto, numa cidade cujos resíduos são gerados por 10 milhões de pessoas. Com a venda de material reciclável, é possível eles receberem até US$ 4,5 por dia, o que para muitos é mais do que receberiam se estivessem trabalhando oficialmente. O problema, para eles, é que o aterro deve fechar neste final de ano, por não ter mais capacidade. Governos de fora de Manila recusam-se a receber cerca de 6,7 mil toneladas de lixo que a capital gera diariamente. Para quem vive de reciclagem, que são 40% dos filipinos da Capital, no entanto, essa é uma péssima notícia. (Reuters 09/09)