Seremos colonizados pela energia nuclear em miniatura?
2004-09-09
Um artigo publicado no último dia 3 na revista Newscientist, de autoria de Jeff Hecht, informa e traz detalhes sobre um novo tipo de reator nuclear que está sendo desenvolvido pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos para ser utilizado na geração de energia em países subdesenvolvidos sem o risco de que seus subprodutos sejam empregados para a fabricação de armas nucleares. A idéia é que esses reatores sejam entregues e destinados a um local onde fiquem devidamente dispostos após 30 anos de uso, quando seu combustível estará totalmente gasto. Os desenvolvedores do dispositivo garantem que não será possível fazer uso indevido do gerador, como, por exemplo, fabricar armas nucleares com suas partes. E uma dessas garantias é que ele terá um alarme. A invenção já tem um nome: reator pequeno, selado, transportável e autônomo, cuja sigla, em inglês, é SSTAR. Outra razão para incentivar o uso de pequenos reatores é que as estações convencionais de eletricidade geram aproximadamente um gigawatt, ficando difícil a distribuição da energia para áreas distantes da geração. Uma das versões do novo minireator produzirá 100 megawatts e terá 15 metros de altura, três metros de diâmetro e 500 toneladas de peso. Uma versão de 10 megawatts provavelmente pesará menos de 200 toneladas. Um protótipo é esperado para 2015. O elemento radioativo a ser usado é o urânio-238, que, por reação com nêutrons, será convertido em plutônio-239. A questão que se coloca é: existe cultura nos países desenvolvidos para a introdução de geradores de energia com essas características? Até que ponto esses dispositivos são seguros, de fato, para evitar que eventuais depredações coloquem em risco a vida de comunidades inteiras?