(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2004-09-08
A Ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, está propondo o relaxamento da legislação ambiental para favorecer os grandes grupos econômicos interessados em construir as chamadas mega-usinas hidrelétricas. Essas obras reúnem os interesses das maiores empresas do planeta: cimento, material elétrico, empreiteiras, mineração, agropecuárias, florestais, indústrias de transformação. A proposta vai em sentido contrário da política das fontes alternativas de geração de energia com baixíssimos impactos ambientais e que segue a tendência mundial da producao local e descentralizada de energia.

Impactos
A produção de energia pelas grandes hidrelétricas gera impactos no plano social, econômico, cultural, político e ecológico.

Impactos no plano social: Há, atualmente, mais de 850.000 famílias desalojadas pelas hidrelétricas, até hoje aguardando por uma indenização que seja justa de acordo com aquilo que perderam. Após a conclusão das obras, resta uma cidade formada pelos trabalhadores da construção da usina que, sem emprego, passam a constituir uma nova comunidade sem renda ou trabalho, dependendo de auxílios governamentais.

Impactos no plano econômico: além da questão das indenizações, a energia produzida pode ser chamada de energia dura. Ela induz ao crescimento do consumo e a uma política de expansão ilimitada do consumo, gerando desperdícios de toda ordem, como por exemplo, o que vemos em um grande shopping center: sem janelas e iluminação natural, demanda energia como se fosse uma cidade de até 70.000 habitantes. Tais mega-obras são possíveis somente através da injeção de dinheiro público, - geralmente do BNDES - recursos que poderiam estar sendo aplicados em educação, saúde e na introdução de pequenas fontes puntuais de produção de energia limpa. Se o governo investisse na criação de indústrias de geradores solares, teríamos muito mais empregos permanentes, energia barata, não-poluente e uma melhor distribuição de renda.

Impactos no plano ecológico: a formação de gigantescos lagos por essas represas interferem no clima regional, sendo pouco conhecidas às conseqüências deste fator sobre a fauna, a vegetação e sobre a própria biodiversidade. O ciclo hidrológico natural dos rios é modificado. Onde é construída uma barragem não podemos mais afirmar que ali existe um rio! O represamento provoca danos irreversíveis para a ictiofauna e para os demais seres daquele habitat, como está para acontecer no projeto Complexo do Rio das Antas no RS, onde está prevista a construção de cinco barragens. Estudos indicam que provocará a extinção de 14 espécies de peixes das 54 existentes e conhecidas. Qual o valor destas espécies que serão extintas?

Impactos no plano cultural: podemos citar a destruição da identidade das comunidades que são desalojadas pelos grandes empreendimentos hidrelétricos. A pessoa quando perde a sua terra, também perde a noção de lugar ou de ligação com o planeta. Aqui no Rio Grande do Sul chamamos a essa ligação de amor a querência. Ao perder a sua querência, contra a sua vontade, a pessoa perde também os seus referenciais culturais, sua história, seu passado, sua ligação com o lugar e a vida, criando uma espécie de vazio existencial. Não tendo mais nenhuma ligação com o lugar onde nasceu, com a terra e os seus conterrâneos, a pessoa passa a aceitar toda sorte de imposições à sua vida. Torna-se um ser stressado e doente, que passa a reproduzir as práticas deletérias à vida do modelo consumista vigente.

Impactos no plano político: quando o cidadão tem a sua vida e seu modo de vida ameaçado pelo próprio Estado, quando este utiliza seu aparato repressivo e seu poder de polícia para alijar direitos fundamentais, tais como: moradia, sustento, saúde, lazer, culto aos antepassados, identidade cultural e histórica; quando o cidadão é vítima desta injustiça em nome de um discutível progresso, ele vê rompidos os elos da cidadania, da humanidade, da democracia e do respeito ao meio ambiente e a todos os seres vivos. Para um atingido por barragem o Estado passa a ser um grande balcão de negócios onde os mais pobres não têm nenhum direito, e as leis são feitas para protegerem os interesses exclusivos do capital.(Por Guilherme Dornelles, Vice- Presidente da AGAPAN - Incluí discussões do Grupo de Trabalho - GT Energia do FBOMS - Fórum Brasileiro de Organizações Não Governamentais e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -