Política britânica para o lixo nuclear tem problemas desde 1975
2004-09-03
Segundo os críticos da política nuclear britanica, nem todos os contratos com consumidores estrangeiros desse tipo de energia contêm cláusulas que obrigam a devolucao dos resíduos reciclados em plantas da Gra-Bretanha. Isto acontece especialmente com os contratos anteriores a 1976. Em 1975, o então ministro da Energia, Tony Benn, fez um comprometimento público para assegurar que novos contratos de reprocessamento para o aterro de Sellafield teriam que incluir a obrigação de repatriamento dos resíduos. Benn, depois, fez a afirmação oficialmente, sobre repatriamento, ao parlamento inglês em 28 de janeiro de 1976. Contudo, ela só começou a ser praticada mais de dez anos depois, segundo um registro de 2 de maio de 1986. Esta informação seguiu-se a uma reportagem recente publicada pelo jornal Observer, segundo a qual a Suécia estaria depositando lixo atômico na Inglaterra. Foi, em resumo, uma reação à denúncia do Observer. Agora, 18 anos depois, ministros britânicos estão preparando uma medida para retornar os resíduos com base na proporção de seu uso, conforme critérios de reprocessamento. Mas, de fato, a política de retorno de resíduos radioatvivos só foi estabelecida em 1995, de forma discreta e, desde então, passou a ser aplicada consistentemente. Um documento que estava oculto e que veio à tona nesta semana torna claro que resíduos de alto nível devem retornar para os consumidores além-mar da Britisth Nuclear Fuels Ltda (BNFL). Os carregamentos vão começar em 2007-2008. O documento de consulta pública sobre o assunto foi publicado em janeiro deste ano. (The Guardian 02/09)