Britânicos estão indignados com a sua previsão do tempo
2004-09-02
Só existe algo pior que as condições climáticas atuais Grã-Bretanha, dizem os ingleses. Esta coisa é a previsão do tempo. Mesmo com uma bateria de supercomputadores à disposição dos técnicos da área e com os mais avançados satélites climáticos disponibilizados pela Nasa, a Agência Espacial dos Estados Unidos, os especialistas em clima relutaram em prever tornados e o verão mais úmido já registrado no país em meio século. Das enchentes que devastaram a comunidade agrícola de Boscastle até a umidade que criou uma praga de insetos em East Anglia, a única constante são as tentativas erráticas de prever o clima feitas pelas instituições que cuidam especialmente disto. A situação está gerando críticas por parte do meio acadêmico e de agências rivais à do Estado que atuam, até certo ponto, com previsão do tempo. Em um levantamento feito recentemente, constatou-se que o Escritório de Meteorologia do Estado errou em dois terços das vezes que previu as condições de ocorrência de pesados temporais que pouco tempo depois viraram dias de sol e, em seguida, dias sucessivos de chuva. Alguns técnicos da instituição dizem que o problema são previsões num período superior a 120 horas. Até três dias, afirmam, as possibilidades de erros nas previsões são mínimas, mas, daí em diante, a divergência estatística é acentuada. Em resumo, prever o tempo com uma folga de cinco dias ou mais é algo que passa a ser praticamente aleatório, ou virtualmente impossível, alegam alguns. Há os que criticam esse pretexto ao lançarem números dizendo que os norte-americanos conseguem previsões seguras com folga superior a sete dias.