Índice de Responsabilidade Social da Bovespa anima ambientalistas
2004-09-02
Ambientalistas brasileiros estão otimistas com a decisão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), de criar a partir de janeiro de 2005 o índice de responsabilidade social para as empresas que tiverem suas açoes negociadas em pregao. — Já que enfrentamos a inércia das ações governamentais e a paralisia do legislativo, bem como da permanente ineficiência da Justiça brasileira, que diferentemente da americana não pune as empresas poluidoras e infratoras, resta para nós, portanto, a expectativa de que o mercado seja mais eficiente, declarou Fernanda Giannasi, coordenadora da Rede Virtual-Cidadã pelo Banimento do Amianto para a América Latina. Segundo ela a proposta da Bovespa, anunciada no final de Agosto, pode se constituir num importante instrumento de pressao, já que preve a necessidade do aval das Ongs a respeito dos impactos sociais e ambientais provocados pelas principais empresas que negociam suas açoes.
Quais Ongs?
Ao anunciar a medida o superintendente-geral da Bovespa, Gilberto Minfano, declarou que estão excluídas desde já da lista dos bons exemplos os produtores de tabaco (Souza Cruz), bebidas alcoólicas, armas (Forjas Taurus) ou de atividades que tragam risco à saúde, como amianto (Eternit). A dúvida que persiste agora é quanto a participação das ONGs na escolha destas empresas. — Serão apenas consultadas Ongs com vocação empresarial ou poderão também as ligadas aos movimentos sociais de vítimas e ONGs temáticas como as nossas opinar para a construção deste índice?, indaga Fernanda.