Diversidade socioambiental da várzea é tema de seminário em Manaus
2004-09-01
Os vários modos de vida das populações das várzeas dos rios Amazonas e Solimões pesquisados em cinco regiões serão apresentados no seminário de resultados de estudos estratégicos do ProVárzea/Ibama, dias 2 e 3 de setembro, em Manaus. Denominado Diversidade nas várzeas dos rios Amazonas e Solimões: Perspectiva para o Desenvolvimento Sustentável, o evento destacará as propostas de políticas públicas para a gestão dos recursos naturais da região com o objetivo de superar os atuais impasses sociais, jurídicos e ambientais existentes.
As propostas serão apresentadas pela equipe que elaborou a pesquisa e debatidas com cerca de 80 convidados de universidades, centros de pesquisa, governos municipal, estadual e federal, além de organizações não-governamentais. O estudo levantou diversos aspectos da várzea, entre os quais: a caracterização da diversidade socioambiental; a análise comparativa dos diferentes modos de ocupação humana; a síntese das formas de intervenção institucional, dos interesses das instituições e de grupos sociais; a síntese dos movimentos sociais; a análise dos conflitos socioambientais das populações; a análise comparativa das tendências do movimento migratório das populações e a descrição da diversidade economia da várzea e de seus usuários. O estudo aponta as características que diferenciam as populações de várzeas dos rio Amazonas e Solimões, entre elas, a diversidade étnica, a presença de terras indígenas, o grau de mobilização política, as experiências de manejo, as influencias das organizações não-governamentais e a existência de unidades de conservação de uso sustentável. Segundo o estudo, é a presença do gado, marcante no Amazonas e fraca no Solimões que acentua a diferença das várzeas, com desdobramento de estratégias para a economia familiar, a propriedade da terra, o uso de pastos comuns, os padrões de transumância (migração periódica dos rebanhos da planície), a conexão com a terra firme, os conflitos com a pesca e impactos ambientais. Apesar da diversidade socioambiental, duas características comuns unem as populações: a força imperativa do rio - que impõe um calendário social baseado na variação do nível das águas segundo as estações de cheia e seca - e a pesca como papel central na sobrevivência dos moradores. (Ibama, 31/08)