Mata ciliar pode virar nova moeda em mercado de crédito de carbono
2004-09-01
A Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo pretende usar as matas ciliares do Estado para entrar no mercado de créditos de carbono, sistema previsto no Protocolo de Kyoto. Paraná e Bahia também possuem planos similares. Em São Paulo, a intenção é inserir os créditos de carbono em um projeto de US$ 7,7 milhões, dinheiro doado pelo GEF (Fundo Mundial do Meio Ambiente) para o governo estadual recuperar a cobertura verde no entorno de corpos dágua, como rios e lagos.
A secretaria quer usar o carbono como compensador econômico, para incentivar a expansão e o reflorestamento das matas nativas. —A recuperação da mata ciliar pede investimentos altos por longo período—, diz Helena Carrascosa, coordenadora do projeto. Se aprovado, o programa será aberto a empresas, produtores rurais, prefeituras, ONGs e a quem mais possa se beneficiar. A comercialização de créditos de carbono é parte do MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), que fornece a países pobres meios de inclusão no protocolo, que prevê a redução de emissões de gases por países ricos. O Brasil poderia, em princípio, negociar cotas de carbono que sobram, seja porque a emissão foi reduzida, seja pela absorção do gás em sistemas florestais. (Folha on line, 31/08)