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2004-08-30
As estatísticas relacionadas à epidemia das doenças causadas pelo amianto são extremamente preocupantes. Gerd Albracht, da Organização Internacional do Trabalho, estima em 100.000, no mundo, o número de óbitos/ano decorrente da exposição à poeira do amianto. Em regiões como a Europa do Oeste, Escandinávia, América do Norte, Japão e Austrália, a cada ano são registrados 20.000 casos de câncer de pulmão e 10.000 casos de mesotelioma provocados pelo amianto. Em 2000 foi proibida a comercialização do amianto na França. Por decorrência, o maior exportador de amianto do mundo, o Canadá, entrou com uma representação na Organização Mundial do Comércio (OMC), acusando a França de dumping sanitário.

O governo do Canadá argumentou que a fibra que produzia e exportava para a França era do tipo crisotila, pretensamente de baixa patogenicidade e, portanto, poderia ser utilizada de forma controlada. A OMC acatou a decisão da França e consolidou a proibição do amianto nos países desenvolvidos, independentemente do tipo de fibra utilizada. Os 44 países que proibiram o uso do amianto o fez para todo o tipo de amianto. O período de latência entre a exposição ao amianto e a ocorrência de cânceres ou outras patologias como asbestose pulmonar e placas pleurais pode chegar a trinta anos ou mais, conforme alguns estudos. Na Alemanha, a proibição do amianto ocorreu em 1993 e a previsão de regressão significativa da epidemia ocorrerá apenas a partir de 2020.

No Brasil, as precárias condições de diagnóstico clínico das patologias decorrentes do amianto mantêm essa epidemia em situação de invisibilidade epidemiológica. Os estudos disponíveis indicam a gravidade da situação, a exemplo do realizado em Osasco em 2003, quando 1022 ex-trabalhadores de uma empresa de cimento amianto foram examinados e os resultados mostraram que 109 tiveram diagnóstico de asbestose pulmonar, 192 placas pleurais e 16 casos de câncer relacionados ao amianto. Não proibir o uso do amianto significa prolongar efeitos perversos de uma impiedosa epidemia, constituindo-se em uma desastrosa política sanitária de conseqüências dramáticas para várias gerações. Deve-se considerar ainda que, de forma associada, há a necessidade de esforços grandiosos para a retirada de milhões de toneladas do amianto existente no meio ambiente, em áreas nobres e favelas, e, particularmente, nos locais de trabalho. A nocividade do amianto tem similaridades com outros agentes químicos perigosos, como a talidomida, de triste lembrança, ou os organoclorados como DDT, BHC e outros. Para um país que não produziu informações científicas sobre tais agentes, a proibição ocorreu não apenas por motivos éticos, mas pautada no princípio de precaução. Desse modo, a epidemia ainda invisível do amianto é um desastre eco-sanitário anunciado, porém ainda incapaz de sensibilizar o governo, o qual mantém a atual política definida pela égide de lobbies em detrimento da proteção à saúde e ao meio ambiente. (A Tarde, 28/08)

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