Duas centenas de pessoas moram em lixão de Santa Maria
2004-08-27
Em Santa Maria, são mais de 200 os cidadãos que fazem do Lixão da Caturrita um meio de sobrevivência. É o caso do ex-pedreiro João Gonçalves da Silva, 63 anos, que há dois faz do local a sua casa durante a semana. - Só saio daqui nos finais de semana - diz ele.
Pai de cinco filhos e morador do Alto da Boa Vista Silva conta que não teve outro jeito. - O meu maior sonho é voltar a trabalhar fora daqui. Adoraria por exemplo receber uma oportunidade como chacarreiro - confessa. Conforme a coordenadora dos catadores e esposa de João, Anne Shirley Ribeiro da Silva, 56 anos, que auxilia na separação do material e no aumento da renda da família, que não ultrapassa os R$ 450 por mês, - é uma luta sem segurança, na maioria das vezes triste, mas que garante o nosso sustento - declara ela.
Para tornar os dias mais alegres, em meio ao montes de lixo que vão se acumulando ao longo do dia, alguns catadores aproveitam o tempo livre entre a chegada de um caminhão e outro para arriscar alguns chutes no campo de futebol, localizado nos fundos do aterro. - Mesmo com todos os problemas, nos consideramos uma grande família - conclui a coordenadora. (A Razão, 26/08)