Fiscais do Ibama apreenderam, no último final de semana, 2.086 quelônios na Reserva Biológica (Rebio) Abufari, localizada a 450 Km de distância de Manaus no município de Tapauá. Os animais estavam em currais de madeira feitos por traficantes, que conseguiram escapar da fiscalização. Nos acampamentos, foram apreendidos vivos 2.020 iaçás ou pitiús, 53 tartarugas-da-amazônia e 13 tracajás. Cerca de 50 animais mortos foram localizados nas proximidades dos acampamentos. — Segundo denúncias, os responsáveis pela invasão da reserva são traficantes de várias locais, principalmente de Manacapuru, que comercializam em feiras ou transportam por via terrestre para Manaus através da estrada Manoel Urbano, afirma o chefe da Rebio Abufari, Jackson Pantoja Lima.

A reserva possui 288 mil hectares e é um dos principais tabuleiros de desova de quelônios da Amazônia. O comércio de animais silvestres é crime. Segundo o artigo 40 da Lei 9.605/98, conhecida como Lei dos Crimes Ambientais, a infração é passível de multa e detenção de até 5 anos. Jackson Pantoja diz que o Ibama vem atuando no combate aos traficantes de animais silvestres e tentando coibir este tipo de atividade, especialmente em unidades de conservação. Caso os traficantes tivessem sido pegos, seriam multados em proximadamente R$ 1,1 milhão, já que o cálculo da multa toma como base R$ 500 por animal, com um adicional de R$ 3 mil por espécie que constar na lista II de animais ameaçados de extinção elaborada pela CITES, organização internacional que controla o tráfico de animais silvestres no mundo. (Ibama, 24/08)