Os 5.565 hectares do Parque Estadual de Itapuã, na grande Porto Alegre, com suas matas virgens, lagos transparentes e praias límpidas, ocultam o drama de famílias que esperam receber indenizações pela perda de suas terras. Desde a década de 1970, quando começaram as desapropriações, poucos proprietários teriam sido indenizados, segundo queixa de advogados e donos de terras em Itapuã. Uma das dezenas de famílias que se dizem prejudicadas é a da viúva Deodorina Aguiar da Rosa, 87 anos. O Estado desapropriou os 25 hectares de Deodorina em Itapuã em 1979, mas jamais pagou pela propriedade. Há dois anos, Deodorina teria sido obrigada a deixar as terras. Como o salário mínimo que recebe como pensionista não lhe permite alugar um imóvel, ela se viu obrigada a ir morar com a filha, Ilda Rosa da Silva, 57 anos. Segundo a assessoria de imprensa da PGE, os processos envolvendo desapropriações de terras em Itapuã são longos e complicados. Por isso, não foi possível informar, até o final da tarde de sexta-feira, detalhes sobre casos envolvendo a área. A PGE prometeu divulgar nesta semana o número exato de famílias desapropriadas, o de famílias indenizadas e o das que aguardam pelas indenizações. A assessoria de imprensa não soube informar por que precatórios vencidos ainda não foram pagos. (ZH, 22/08)