Odebrecht acusada de construir estrada ilegal na Bolívia
2004-08-23
A cidade de Tarija, ao sul de La Paz, na Bolívia, estava quinta-feira (19/08), desabastecida de combustíveis e energia elétrica em razão da tomada de um grande campo de gás, na localidade de Santo Antônio, por parte de un grupo populacional que ameaça fechar as válvulas dos gasodutos que permitem a exportação de gás da Bolívia para o Brasil e a Argentina. Moradores da localidade de Villamontes, que exigem a presença do presidente boliviano Carlos Mesa no local, cercaram a planta há uma semana, reclamando que a empresa brasileira Odebrecht está construindo uma rota asfaltada desde Villamontes (800 quilômetros o sudeste de La Paz), até a fronteira com o Paraguai. O custo da obra rodoviária é estimado em mais de US$ 150 milhões. Mas o vice-ministro de Coordenação Governamental da Bolívia, Saúl Lara, disse, em Villamontes, que tal obra é impossível: — De maneira alguma faremos uma ajudicação direta a uma empresa específica, disse. O boicote dos moradores já começa a ser sentido. Conforme o secretário-geral da prefeitura de Tarija, Guillermo Pabón, já é possível perceber falta de gás natural em algumas fábricas e até mesmo falta de energia elétrica, que é possibilitada principalmente pelo gás. Na quarta-feira (18/08), o governo teve que desocupar três campos de petróleo no departamento de Santa Cruz, 570 quilômetros ao sudeste de La Paz, já que camponeses reclamavam o atendimento de demandas setoriais. Existe uma mobilização nacional liderada pelo ativista Evo Morales que pede a nacionalização dos hidrocarbonetos bolivianos. (Clarín 20/08)