Duke Energy demite e relega banimento do ascarel
2004-08-23
Em uma audiência pública tensa, o presidente da empresa norte-americana Duke Energy, Mickey Peters, foi questionado, na quarta-feira (18/08), sobre uma série de práticas trabalhistas que a concessionária vem utilizando desde que se estabeleceu no Brasil, em 1999. Com oito hidrelétricas, a empresa é denunciada pelo Sindicato dos Trabalhadores Energéticos do Estado de São Paulo (Sinergia) como responsável pelo afastamento de 84 trabalhadores ao mesmo tempo em que contrata pessoal terceirizado que, muitas vezes, não tem treinamento para lidar com riscos na área de eletricidade. Além disto, a empresa não tem equipe de plantão para atendimento a emergência (acidente de trabalho). A Duke ainda é apontada como usuária de transformadores contendo o isolante ascarel, óleo resultante da mistura de hidrocarbonetos derivados de petróleo, que deveriam ter sido substituídos em caráter prioritário pela empresa, pois o manuseio do produto causar danos irreversíveis ao sistema nervoso central, provocar câncer no fígado, no baço e nos rins, além de ameaçar de contaminação o solo, os rios e os lençóis freáticos. O problema é que a fabricação de equipamentos que utilizam ascarel foi proibida no Brasil em 1981, mas a lei não incluiu a utilização dos equipamentos que já existiam. Contudo, o Brasil assinou, em 2001, a convenção de Estocolmo sobre poluentes orgânicos persistentes (POPs), o que obriga empresas que estão no Brasil a erradicarem esses poluentes.