Poços abandonados no semi-árido
2004-08-20
Cerca de 70% dos 3 mil poços perfurados e equipados pelo poder público estadual e federal nos 35 municípios do semi-árido do Piauí, a região mais seca do Estado, estão abandonados e 40% dos 22 mil poços perfurados nos outros municípios piauienses, aponta pesquisa feita pela Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM). O presidente da CPRM no Piauí, Francisco Batista Teixeira, afirma que cada poço perfurado tem um custo estimado em R$ 20 mil. Seguindo seu raciocínio, o Piauí tem investidos R$ 200 milhões em poços construídos e equipados que estão abandonados porque produzem água salobra ou salgada, estão com equipamentos quebrados e sem manutenção.
— O maior prejuízo é porque sem esses poços você gasta com caminhões-pipa e o custo social se eleva muito mais do que o custo financeiro, assegurou Batista Teixeira. Segundo ele, as Prefeituras Municipais têm dificuldades de operar e manter os poços para abastecer as populações. A coordenadora do Programa de Convivência com o Semi-Árido, Lúcia Araújo, afirmou que ontem foi instalado o Núcleo Gestor do Programa Sede Zero. O coordenador geral do Projeto Água Doce do Ministério do Meio Ambiente, Renato Ferreira, apresentou ontem aos integrantes da equipe do governador Wellington Dias o interesse do Governo Federal em financiar a recuperação e a manutenção dos poços já perfurados na área do cristalino no semi-árido piauiense com a instalação de dessalinadores. (ANA, 19/08)